Obsessão com excelência 🌊⛵
Quando a busca por escrever cada vez melhor paralisa.
Tempo de leitura: 3 minutos e 14 segundos
Temas principais: pressão por excelência, a parte mais importante de um texto, e a relação entre esforço, sorte e resultado.
⛵ Veleiro
Reflexões e dicas práticas
Sempre fui o maior crítico da minha escrita.
Conheço meus vícios de linguagem, minhas limitações técnicas, os atalhos que uso quando estou com preguiça. Me tornei ainda mais exigente comigo quando comecei a trabalhar ensinando outras pessoas como melhorar seus textos.
Eu justificava essa pressão que colocava sobre mim como parte da busca por excelência.
Não vou negar que essa mentalidade elevou exponencialmente a qualidade do que escrevo mas, há um tempo atrás, comecei a questionar o preço que estava pagando por isso, em especial quando chegou um boleto que eu não tinha saldo para pagar.
No início do ano, defini como meta escrever com mais constância. Não demorou muito, encontrei dificuldade para manter o nível de qualidade que eu me exigia dentro dos prazos que eu havia estipulado. Então, ajustei minha meta. Tudo bem escrever menos, contanto que eu escrevesse melhor.
A primeira vista, essa meta soa inspiradora, essencialista até. Prioriza qualidade em vez de quantidade.
Na prática, ela apenas elevou meu nível de exigência ao ponto de me paralisar.
Esse foi um dos motivos que me levou a ficar meses sem publicar no Instagram e duas semanas sem escrever esta newsletter.
Refletindo sobre tudo isso, percebi que excelência na escrita costuma assumir duas formas:
Uma obsessão com inovação, que foca em elevar ainda mais o padrão mínimo de qualidade aceitável de um texto.
Um compromisso com expressão, que foca em elevar o nível de autenticidade, simplicidade, intenção e fluidez de um texto.
Excelência como obsessão está preocupada com a impressão que um texto cria sobre quem o escreveu. Excelência como compromisso está preocupada com o impacto de um texto em quem vai ler.
Ciclos obsessivos desafiam minha criatividade e expandem meu repertório técnico.
Eles são muito bem-vindos porque mantém viva minha paixão pelo ofício da escrita. O problema está quando esses ciclos invadem minha rotina e tornam cada texto um desafio de inovação.
A solução está em me lembrar todos os dias: textos são barcos que ajudam outras pessoas a navegar ideias junto comigo. A essência do meu trabalho é fazer cada viagem valer a pena.
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🧭 Bússola
Respostas para perguntas enviadas por leitores
“Diego, o que precisa ter mais impacto em um texto: o começo, o meio ou final?”
Da perspectiva essencialista, o final precisa ter mais impacto porque é o momento onde o insight mais importante do texto é revelado.
Tendo dito isso, o maior desafio da escrita é motivar pessoas a começar a ler e continuar até o final.
Uma estratégia para se atingir esse objetivo é criar uma experiência de leitura estimulante, com momentos de impacto do início ao fim.
Ou seja, o começo precisa impactar para que a pessoa chegue até o meio, que precisa impactar para que a pessoa chegue até o final, que precisa impactar para que a pessoa se interesse em ler outros textos seus.
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🌊 Ondas
Indicações e referências
Sabedoria compartilhada pelo James Clear (tradução minha do original em inglês):
"Trabalhe duro.
Se os resultados dependem do esforço, você vai longe.
Se os resultados dependem de esforço e sorte, você terá feito o possível para influenciar o que vai acontecer.
E se os resultados dependem apenas da sorte, então o que vai acontecer é aleatório, mas você terá vencido a batalha contra si mesmo."
Uma pergunta para você contemplar: o que merece seu esforço, independente dos resultados específicos que você vem alcançando?
Até semana que vem.
Abs, Diego
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É uma pena mesmo que eu não consiga participar do seu clube, Diego. Porém, sigo com esperança. Seu conteúdo é maravilhoso, parabéns!!